Como comentei com vocês, passei um dia em Inhotim nessas férias, que fica a 60 km de Belo Horizonte. Fui com a familiarada, leia-se 3 crianças inquietas, o que fez o programa ser mais passeio no parque do que no museu, mas recomendo fortemente a visita para quem curte arte, para quem curte parque ou para quem só quer fazer uma caminhada num lugar bonito. Melhor ainda se você quiser tudo ao mesmo tempo. Inhotim é tudo isso. Um passeio imperdível para quase todos os gostos.
Inhotim já está classificado oficialmente como um jardim botânico. A propriedade de 786 hectares está no meio da Mata Atlântica com uma grande parte de mata nativa preservada, por isso “só” 97 hectares são visitáveis. Os jardins e seus lagos são um show à parte, dizem que até têm alguns pitacos de paisagismo do Burle Marx, deliciosos para se passear.
Inhotim é também a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. As obras estão espalhadas por toda a área de visita. Algumas são expostas ao ar livre, podem estar em edifícios de mostras coletivas ou construídos especialmente para um determinado artista ou obra. Ir caminhando e apreciando a paisagem até se deparar com uma intervenção artística é uma experiência a ser vivida e que dá um tempinho para quebrar aquela overdose de museus tradicionais. Mas o parque oferece um serviço de mobilidade bem bacana para quem tem pouco tempo, não pode ou não quer caminhar muito – uns carrinhos de golfe com percurso fixo ao longo do dia, mas você super-chique também pode contratar um desses para ficar à sua disposição o dia todo.
Tivemos a sorte de estar lá no dia que a flor cadáver abriu, acreditam? Ela media 2 metros e exalava um cheiro de peixe podre, que explicaram que era para atrair insetos polinizadores. Ela é original da Indonésia, então é mantida numa estufa equatorial, o inferno na Terra. Encontramos uma família de micos passeando pelas árvores que fez o dia da Alice, visitamos o pavilhão da Adriana Varejão (ex-mulher do fundador de Inhotim) que é lindo também por fora, curtimos o pavilhão Cosmococas com salas interativas de “Quasi-cinema”, e vimos muita coisa bacana que eu não posso contar porque tem que ir lá pra viver. Mas deixo algumas fotinhos para vocês ficarem com vontade.
E, como boa mineira, preciso contar um causo. Dizem que lá pelo século XIX, o responsável pela propriedade era um inglês, o Timothy. E os moradores da região falavam dele como o “senhor Tim”, que virou “Nhô Tim” e depois “Inhô Tim”. Eu amo Minas Gerais :)