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Decore usando seus 5 sentidos

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Outro dia fui me encontrar com uma leitora super especial aqui do blog – a Juliana Amado. Ela está sempre por aqui, tem um blog sobre as artes que ela faz em casa, participou do nosso Workshop Online e até já fez post convidado aqui no blog contando da decoração da lavanderia dela, lembram? Dessas amizades que a gente vai cultivando pela internet e um dia sai da tela do computador e vira real, sabe? Delícia de encontro!

casa de amado

E como é diferente ver uma pessoa ao vivo, poder encostar, olhar no olho, conversar, né? E justo nesse momento de transformar um relacionamento virtual em algo real, nosso papo ainda foi por um caminho super interessante – a importância dos 5 sentidos na nossa vida. Os nossos sentidos são nossa ponte para o mundo. É através deles que percebemos nosso entorno e interagimos com ele. Viver somente dentro da nossa cabeça seria solitário demais, precisamos dessa conexão como precisamos de comida e água. Saber se é dia ou noite, se faz frio ou calor, ouvir o movimento das ondas ou os rugidos de um trovão, sentir o cheiro de mato ou da fumaça do caminhão, experimentar o doce e o amargo, despertar sentimentos a partir dessas sensações físicas – isso é viver.

E nós também interagimos com a nossa casa usando todos os sentidos. Sim, todos! Um ambiente sensorial nos provoca e enriquece nossa experiência, nos envolve, cria e recupera lembranças e vínculos, nos conecta com o mundo. Por isso é tão importante pensarmos em como vamos estimular (ou não) cada um de nossos sentidos no nosso ambiente. E isso parte do conceito, da mensagem que você quer transmitir em cada ambiente ou situação, das referências que quer usar, das lembranças que quer cultivar.

1 – A visão

Na nossa casa ela é o que há de mais óbvio. Nossos olhos reparam nas cores, nos formatos, na distribuição de móveis e objetos, na ocupação de espaços vazios e cheios, nas estampas e imagens, brilhos e transparências que usamos. Parece que isso já envolve tudo, não é? Mas é aí que está o pulo do gato – isso é só o começo.

2 – A audição

Quem mora em uma rua movimentada está acostumado com o barulho dos carros e quem mora no campo acorda com o galo cantando. Quando o vizinho resolve fazer aquela balada e a gente precisa descansar, dá vontade de sumir. É um fato que sons externos, sob os quais temos pouco ou nenhum poder, invadem nossa casa e, por isso, fazem parte dela e têm uma influência direta no nosso bem estar. Podemos instalar janelas anti-ruído para isolar o barulho de avião ou ligar um ventilador para ter aquele zumbido constante que disfarça o que vem de fora se isso nos incomoda. Ou nos apoderar desses sons se eles puderem viver em harmonia com o conceito da nossa casa. Tem gente que vive com a TV ligada sem nem saber o programa que está passando, há quem encha a casa de música, variando de acordo com o humor do dia, e também quem adore o tilintar de um mensageiro dos ventos na varanda. Os sons ajudam a criar o clima que desejamos, seja ele qual for, e podem trazer lembranças e sensações que vão complementar o seu projeto.

barulho de água em casa

3 – O olfato

Quem não reconhece o cheiro da casa da avó? O olfato tem um poder inacreditável de despertar nossa memória, de nos transportar para um lugar ou situação tão distantes quanto antigas. Pense no cheiro de madeira, de pele ou de couro natural, das ervas que plantamos na horta, das flores em cima da mesa, do incenso, da vela ou do perfuminho que deixamos no banheiro, até do produto de limpeza que usamos. Cheiro dos nossos bichos de estimação, do bolo que acaba de ficar pronto, da roupa limpa no varal, da fumaça que o caminhão acaba de jogar na rua – tudo nos remete a algum sentimento, alguma memória. Um banho do aroma de uma dama da noite na porta da minha casa teria um efeito tranquilizador imediato para quando eu chegasse cansada no fim do dia. Eu fecharia os olhos, respiraria fundo e abriria um sorriso de “ai, que delícia que é chegar em casa”. Qual cheiro provocaria isso em você?

4 – O paladar

Joãozinho e Maria não se deliciaram na casa toda feita de doces da bruxa? Por que não podemos fazer nossa casa irresistível também? Comer e beber fazem parte de qualquer encontro social, pode reparar. Uma cerveja pra fofocar com os amigos, um amendoim pra jogar conversa fora, uma pipoca para assisitir a um filme. É como se o paladar fizesse parte das nossas relações pessoais. Convide-se a provar sabores cheios de significados na sua casa e se relacione com ela também. Envolva seus amigos nas lembranças de infância com uma bala chita, ou provoque-os com uma bala azeda. Tem dia que é de fondue e vinho e dia que é de torresmo e cachaça, ou de pipoca com guaraná. Que sabores você quer sentir em casa? Deixe essas provocações à mostra e de fácil acesso, integre-as à decoração, os sabores também carregam significado, portanto são ferramentas muito úteis para te ajudar a criar o clima que você procura.

decoração com filtro de barro

5 – O tato

Responsável por sentir a temperatura, o vento, o carinho e a dor, às vezes negligenciamos a importância do tato associando-o somente às nossas mãos. Pés descalços sentem o chão frio ou as cócegas do tapete, o corpo cansado se delicia no sofá macio e relaxa no banho quente, a cabeça finalmente descansa na paz do travesseiro e no abraço do edredon. Usamos o corpo inteiro, o tempo todo, para interagir com o ambiente. Um banho na banheira de hidromassagem é diferente de um banho de chuveiro ou em um ofurô, não é só uma questão do que fica mais bonito. Um sofá de couro e com uma espuma mais dura vai te dar um conforto bem diferente de um pufe de lycra recheado de bolinhas de isopor. As texturas dos materiais têm uma responsabilidade enorme sobre a forma que percebemos o ambiente e nos sentimos nele e, por isso, a simples escolha entre um linho e uma sarja não é puramente estética. Qual a sensação que você quer ter ao sentir esse material?

piscina de bolinha na decoração

“Uma casa não é um lar a menos que contenha alimento e fogo para a mente assim como para o corpo.”

Benjamin Franklin

Imagens: 12, 3


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